A improvisada apresentação da AAS aos restantes grupo realizou-se, pois, após o almoço e após a reunião com a UEFA. Explicámos os nossos propósitos de grupo, o que pretendemos atingir dos contactos com o clube e com outras entidades e a realidade do nosso país e do nosso clube.
Começámos por sublinhar que éramos do Sporting Clube de Portugal, e não de Lisboa, numa evidente nota de boa disposição.
Frisámos que estávamos todos ali, a transmitir experiências e partilhar estratégias, porque não estávamos preparados, enquanto adeptos, para o que se passa, hoje no futebol. Estivemos, enquanto adeptos, adormecidos durante demasiado tempo e estava na hora de acordarmos e, pelo menos, questionarmos os “dogmas” que nos são apresentados.
Somos o verdadeiro motor do futebol – os jogadores, sem público, não conseguirão manter o nível de vida que hoje detém. É portanto, vital, tomarmos consciência desse “poder” e trabalharmos em conjunto e não isolados dos nossos congéneres.
Deixámos claro que este Congresso não podia ser o fim, mas o inicio de uma árdua batalha pelos nossos direitos e que deveríamos fazê-lo sempre em conjunto.
A AAS sugeriu então, neste contexto, a criação duma estrutura europeia que fizesse a ponte para a UEFA e que actuasse, de alguma forma, como coordenadora de algumas iniciativas/eventos ao nível europeu. Demos o exemplo de ser efectuada uma manifestação pelos adeptos, em todos os estádios da Europa no mesmo fim de semana, com frases do género “Respect the Fans” ou “Respect the Game”, como forma de demonstração de mobilização. Adicionalmente, considerámos que tal estrutura deverá ter um corpo jurídico que forneça, sem custos, aconselhamento jurídico sobre determinadas situações de forma a averiguar até que ponto poderá ser possível, em determinada circunstancia, colocar os dirigentes de um clube em tribunal!
Este foi o final da 1ª fase da nossa estratégia que incluía: constituição legal da AAS e determinação dos seus estatutos, criação do logótipo, evento de kick-off envolvendo a Direcção do clube, participação no Congresso Europeu de Adeptos e reunião com a UEFA.
Concluídos estes primeiros passos, arrancou esta semana a 2ª fase, que se prevê terminar em Março do próximo ano. Nesta 2ª fase, iremos continuar a procurar falar com quem tem poder no futebol, teremos o 1º jantar anual da AAS onde será entregue o prémio da AAS a um sportinguista que se tenha distinguido pelo clube (seja atleta, sócio, colaborador, etc.) e iremos co-organizar um evento ibérico em Lisboa.
A apresentação terminou então com a descrição desta estratégia com algum pormenor bem como estipulando a data de Março de 2009 como a altura de realização de um I Colóquio Ibérico em Lisboa, subordinado a estes temas discutidos no Congresso, onde contamos ter a presença de diversas personalidades políticas e desportivas dos dois lados da fronteira. Esta organização estará a cargo da AAS e da FASF (Federação Espanhola de Adeptos) e já se estão a definir grupos de trabalho dos dois lados para o início desta empreitada.
Não menosprezamos a importância de apoiar outros grupos de diferentes clubes portugueses que estejam interessados em se juntar a esta luta por um ideal – O verdadeiro Futebol, onde somos adeptos e não apenas consumidores.
Desafiamos inclusivamente os adeptos dos dois outros “grandes” do país a colocarem de lado rivalidades e lutarem pelas mesmas questões que nos preocupam a todos.
A surpresa deu, então, lugar a alguns sorrisos e muitos concordaram que esta é, sem dúvida, uma estratégia diferente daquela que costuma ser implementada e que o trabalho em conjunto com Espanha poderá ter os seus frutos dos dois lados da fronteira.
Em jeito de conclusão, ficámos satisfeitos com os trabalhos e com os contactos confirmados e efectuados.
Fica o desafio para todos os sportinguistas. Pegando no exemplo do Hambuger SV, que conta com 50.000 associados e fruto dessa dimensão, têm lugar na estrutura directiva do clube – não com uma pessoa, mas com um departamento e toda a área de adeptos é tratada por eles. Daqui se retira a influência que conseguem exercer junto do clube.
Nós, sportinguistas, também temos de trabalhar em conjunto. Não contra fulano A, B ou C, mas fazendo-nos representar com verdadeiro poder junto do clube. Não para “tomar de assalto” o clube, mas para fazer chegar as nossas mensagens, as nossas ideias.
Enquanto não colocarmos de lado o estigma das “facções” e “oposições”, estaremos sempre sozinhos a falar para um muro.
Na AAS somos SÓ do Sporting Clube de Portugal. Nada mais! Mas não nos podemos demitir das nossas responsabilidades enquanto associados do clube!
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5 comentários:
O meu último post:
"Há uns meses, FSF disse que em países onde os clubes são propriedade exclusiva dos accionistas, são a associações de adeptos que defendem os interesses e as expectativas dos sócios.
FSF é adepto de um SCP sem sócios, de accionistas. As acções que fazem perder a maioria da SAD já estão ás ordens da banca.
Na actual situação, em que os sócios já não conseguem defender os seus interesses nas Assembleias - gerais, até porque não podem falar, terá de ser a AAS a tomar esse papel.
FSF discursou no forum da AAS, certamente ciente desta realidade.
Com a fundação da AAS o nosso clube demonstra mais uma vez, que está na vanguarda das transformações do futebol português."
Eu nada tenho contra a AAS, mas já uma vez aqui escrevi e nunca vi esclarecidas duvidas que tive perante a iniciativa por vos comandada de homenagem ao malogrado Riu Mendes adepto do Sporting assassinado no Jamor.
Gostava que alguém me esclarece-se se não houve um aproveitamento mediático da vossa parte perante o Sporting e sua direcção ao tomarem como vossa uma iniciativa e ideia que surgiu de um adepto sportinguista na blogosfera.
Mais uma vez digo que nada me move contra a AAS, mas se assim aconteceu, começaram muito mal ao aproveitar uma ideia alheia e torná-la como vossa e ainda por cima num acontecimento mediático como a final da Taça de Portugal.
Apareceu nos jornais como iniciativa vossa e nunca vi um desmentido ou atribuição da ideia ao verdadeiro autor.
SL
Caro Verde CDV,
A ideia partiu, de facto, da blogosfera e foi mencionada em diversos locais.
Daí até dizer que a iniciativa partiu da blogosfera também, vai uma grande distancia.
Não podemos confundir ideia com iniciativa. A AAS tomou a iniciativa de pegar nessa ideia, assumir os seus custos e colocá-la em prática. Nada mais.
De resto, esse parece ser de facto o problema do Sporting Clube de Portugal. Dá-se mais importância "a quem fez" do que "ao que foi feito".
Por nós, pretendemos realmente que fique nas memórias de todos a homenagem que foi realizada e sentida por todos nós, sportinguistas, do que o facto de ter sido a AAS a "levá-la a cabo". Temos para nós que quem fez não é importante, mas a homenagem ficará para sempre.
Espero que este comentário traduza o nosso real espirito, enquanto sportinguistas.
SL
Caro verde cdv,
Mais importante do que "quem teve a ideia" e até de "quem fez" (que ainda é mais importante do que a primeira, porque interessa cada vez mais passarmos das palavras aos actos) é, na minha opinião, "quem beneficia" com ela.
E, no caso, parece-me que quem saiu prestigiado com a singela homenagem foi somente o Sporting Clube de Portugal. Se a AAS não tivesse posto em prática essa ideia, cuja "paternidade", confesso, desconheço, ela nunca teria passado disso mesmo - "uma ideia".
Quanto a "aproveitamento mediático" da AAS parece-me, com o devido respeito, um reparo descabido. Quem depositou a coroa de flores foi Tonel e João Moutinho acompanhados do presidente do Sporting. Se os jornais (alguns) noticiaram quem teve a iniciativa, se calhar isso deveu-se ao facto da AAS ter suportado os custos todos e o Sporting só ter participado com..."as figuras mediáticas".
E no que respeita a aproveitamentos pela blogosfera, não posso deixar de te dizer que no vosso blogue têm uma foto que fui eu que a pus na blogosfera (apesar de não ser o seu autor) e ninguém sequer se dignou a mandar um mail a perguntar se poderiam usar a foto do Manuel Fernandes que têm no vosso header...
No fundo o princípio é o mesmo e, penso, que o beneficiado também: o Sporting CP.
P.S.: A AAS tem propostas de associado disponíveis on line e aguarda ansiosamente quem é tão fértil em ideias por esta blogosfera fora e não só...
Sugiro que ocupem o lugar do provedro dos sócios, prometido e nunca cumprido. Divulguem os vosso contactos nos jornais, façam o levantamento das queixas dos sócios e levem - nas aos dirigentes. Não faz sentido que tenham mais (visibilidade)utilidade no estrangeiro.
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